COMPARTILHANDO O DIREITO AO CONHECIMENTO NO TRATAMENTO DAS FERIDAS CRÔNICAS
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Cuidar de uma ferida crônica com recursos limitados é um desafio real para muitas famílias. E um dos materiais mais tradicionais e acessíveis ainda é a gaze de tecido.
Mas você sabe usá-la da forma correta para realmente ajudar na cicatrização e evitar complicações?
Erros comuns no uso da gaze podem grudar no ferimento, causar dor na troca e até atrasar a recuperação.
Nosso novo vídeo é um guia prático e acessível que ensina: ✔️ A técnica certa de limpeza e aplicação. ✔️ Como umedecer a gaze para não grudar na ferida. ✔️ Sinais de infecção que exigem atenção imediata. ✔️ Cuidados essenciais para maximizar os resultados, mesmo com poucos recursos.
O conhecimento é a ferramenta mais poderosa para um cuidado eficaz.
Assista e aprenda a transformar um cuidado simples em um tratamento de verdade
O percentual de feridas crônicas que evoluem com edema decorrem de mau funcionamento do sistema venoso e do sistema linfático é muito elevado. A importância do entendimento da circulação linfática e do seu papel no equilíbrio dos líquidos que circulam em nosso corpo não pode ser desconhecida por quem se dedica ao tratamento das feridas crônicas. Como entender drenagem linfática e terapia compressiva sem conhecer a anatomia desse sistema e a dinâmica do seu funcionamente? Neste vídeo compartilhamos a estrutura anatômica básica do que podemos chamar de circulação linfática, desde sua origem nos capilares linfáticos até o seu deságue no sistema venoso.
É de frequência significativa nos depararmos com feridas que, mesmo tratadas convenientemente, estacionam e não evoluem para a cicatrização. São situações em que as suspeitas diagnósticas precisam ser reavaliadas. É necessário saber identificar o momento em que investigações precisam ser iniciadas para identificar o que está impedindo a evolução satisfatória que desejamos.
Com significativa frequência as vasculites são a patologia de fundo responsável por essa desagradável parada na cicatrização. Neste vídeo compartilhamos algumas considerações básicas para a conduta apropriada nessas situações.
Os hidrocolóides são curativos contendo agentes semipermeáveis de poliuretano em formato de placas gelatinosas com partículas hidro ativas de carboximetilcelulose sódica (NaCMC), pectina e gelatina.
São normalmente embalados em placas ou espuma de poliuretano, autoadesivas algumas e impermeáveis à água na face oposta à ferida. De acordo com cada fabricante, a superfície de contato com a ferida pode apresentar variações.
Estão disponíveis em placas mais finas ou mais espessas em múltiplos formatos com vistas à topografia da ferida (conforme pode ser visto na imagem acima).
Pode ser encontrado também em forma de pasta ou gel para uso também no preenchimento de determinadas feridas cavitárias.
Os Hidrocolóides atuam por interação com os exsudatos formando um composto úmido gelatinoso e viscoso entre o curativo e o leito da ferida; este composto propicia o desbridamento autolítico, otimizando assim a formação do tecido de granulação.
Por outro lado, acredita-se que, proporcionando uma cobertura das terminações nervosas presentes no leito das feridas, os hidrocoloides também auxiliam na diminuição da dor, muito embora os mecanismos que lhes conferem esse atributo ainda não estejam bem elucidados. 1 Por ocasião de sua retirada percebe-se a presença de componente líquido parecido com pus e a emissão de odor característico às vezes bastante intenso. Convém esclarecer o paciente que pode achar que a ferida piorou.
Os hidrocolóides diminuem os eventos infecciosos na medida em que oferecem certa barreira bacteriana. Outrossim, é preciso estar atento para a possibilidade de proliferação de anaeróbios em determinados pacientes.
Curativo primário ou secundário em feridas com exsudato mínimo ou moderado.
No formado gel ou pasta pode ser aplicado em feridas tunelizadas.
Vantagens:
Propicia desbridamento autolítico
Dificulta a invasão bacteriana
Pode reduzir a dor
Fácil de aplicar e auto aderente ao entorno
É de fácil modelagem ao local e não adere ao leito úmido da ferida
Capacidade de absorção de leve a moderada
Pode ser utilizado criteriosamente sob terapia compressiva
Reduz o trauma em áreas sob terapia compressiva – às vezes usamos para proteger saliências ósseas e tendinosas onde não há ferida (uso off label)
Pode ser cortado
A troca pode ser feita de 03 a 07 dias (de acordo com as características da ferida e o volume de exsudato)
Desvantagens:
Pode aderir fortemente à pele com possibilidade de trauma ao ser removido, razão pela qual sua remoção deve ser feita com os devidos cuidados. Atenção especial quando aplicado sobre pele friável.
Com o calor e a fricção, amolece e perde o formato
Pode provocar hipergranulação (granulação hipertrófica)
Não aplicável em feridas com espaços cavitários (exceto no formato pasta)
Os hidrocoloides em contato com o exsudato podem exalar um odor desagradável que lhe é peculiar e isto, ás vezes, é referido pelo paciente. Cabe ao assistente distinguir e diferenciar do odor característico de infecção.
Obs.: Os hidrocolóides já são conhecidos e utilizados há mais de 20 anos e, segundo Sasseville e cols., apesar de raros, alguns podem provocar dermatite de contacto na pele do entorno decorrente de substâncias usadas para conferir maior adesividade ao curativo.
Desaconselhável em:
Queimaduras e feridas secas
Feridas com exsudato abundante
Feridas com franca infecção
Pele do entorno da ferida: muito friável, com eczema ou muito macerada
Feridas com exposição de músculos, tendões ou estruturas ósseas
Alguns fabricantes desaconselham o uso em vasculite ativa
Produtos usados em nossa experiência:
DuoDERM® CGF® Dressing – ConvaTec
3M™ Tegaderm™ Hydrocolloid Dressing – 3M Health Care
Comfeel® Plus Ulcer Dressing – Coloplast Corp.
Cutimed® Hydro B (Border) – BSN medical, Inc.
NU-DERM™ Hydrocolloid DressingKCI – An Acelity Company
Suprasorb® H – Lohmann & Rauscher
Leituras recomendadas:
1. Nemeth AJ, Eaglstein WH, Taylor JR, et al. Faster healing and less pain in skin biopsy sites treated with an occlusive dressing. Archives of Dermatology, Vol 127, November 1991, pp 1679- 1683.
2. Thomas, S., Hydrocolloids Journal of Wound Care 1992:1;2, 27-30
3. Sasseville D, Tennstedt D, Lachapelle JM: Allergic contact dermatitis from hydrocolloid dressings. Am J Contact Dermat 1997 Dec;8(4):236-238
4. Hess CT: Clinical Guide Wound Care (Fifty Edition). Lippincott Williams & Wilkins – 2005