Compartilhamos uma publicação mostrando o papel da PRATA no combate às infecções que provocam a falha na cicatrização das feridas cônicas.
A infecção não permite que a cicatrização saia de sua fase INFLAMATÓRIA.
Agora vamos compartilhar algumas considerações pertinentes ao elemento IODO dentro deste mesmo conceito do combate às infecções e ao BIOFILME nas feridas crônicas.
O uso dos desses antimicrobianos tem evoluído muito e superado convenientemente alguns desafios tais como a toxicidade celular e a resistência bacteriana, bem como a inviolabilidade das comunidades de microrganismos por trás da barreira dos biofilmes.
Todos nos deparamos com aqueles momentos em que o tratamento das feridas estacionam e os resultados que desejamos não acontecem. É QUANDO A CICATRIZAÇÃO FALHA.
Encontrar a causa ou as causas dessa falha se torna inadiável. Entre tantas possibilidades que impedem uma evolução favorável da cicatrização, uma delas é a INFECÇÃO. E isto é mais frequente do que imaginamos.
E entre as armas de que dispomos para esse problema estão os ANTIMICROBIANOS. Neste vídeo compartilharemos algumas considerações sobre um desses antimicrobianos: a PRATA.
É de frequência significativa nos depararmos com feridas que, mesmo tratadas convenientemente, estacionam e não evoluem para a cicatrização. São situações em que as suspeitas diagnósticas precisam ser reavaliadas. É necessário saber identificar o momento em que investigações precisam ser iniciadas para identificar o que está impedindo a evolução satisfatória que desejamos.
Com significativa frequência as vasculites são a patologia de fundo responsável por essa desagradável parada na cicatrização. Neste vídeo compartilhamos algumas considerações básicas para a conduta apropriada nessas situações.
O envelhecimento da pele ainda é amplamente entendido com um problema estético a ser resolvido no âmbito da cosmetologia. Entretanto, é hoje considerado e universalmente aceito no meio científico como um problema funcional desse órgão que chamamos pele. Nesta apresentação compartilhamos considerações gerais sobre o conceito de DERMATOPOROSE cujo conhecimento é fundamental para os que se dedicam aos cuidados com os portadores de feridas crônicas.
Assunto de fundamental importância para os que se dedicam ao tratamento das feridas crônicas
Compartilhamos situações atípicas que devemos solucionar de forma criativa em portadores de feridas crônicas para os quais a TERAPIA COMPRESSIVA é obrigatória.
São situações em que o retorno venoso-linfático que mantém e alimenta o edema, impedindo a evolução cicatricial, precisa ser combatido.
Ao mesmo tempo, os dispositivos usados para a compressão estão em atrito com o leito da ferida. Esse atrito representa microtraumas repetidos e continuados que prejudicam a evolução cicatricial.
É uma situação inusitada abordada de forma prática, baseada na experiência.
A terapia compressiva é a solução até o momento insubstituivel no tratamento das feridas dos membros inferiores decorrentes da insuficiência venosa e/ou linfática dos membros inferiores.
É também um recurso indispensável para o enfrentamento do edema. Sabemos que não é possível a cicatrização em ambiente de edema.
Aplicar os dispositivos de combate ao edema e aos efeitos da insuficiência venosa requer não apenas treinamento, mas conhecimento da dinâmica envolvida nesse procedimento.
Todos os que se dedicam ao tratamento das feridas crônicas se deparam com o irritante e persistente problema da maceração do entorno das feridas. Não é um desafio de fácil enfrentamento porque depende também da cooperação do paciente e familiares. A maceração é um obstáculo crítico ao processo de cicatrização e está habitualmente associado ao descontrole do exsudato.
Compartilho com vocês neste vídeo os aprendizados acumulados ao longo do tempo
A pele do entorno das feridas deve ser permanentemente monitorada pelo profissional assistente. Os elementos secretados pela ferida, quando não controlados, podem provocar severos danos ao seu entorno, com risco de infecção e, até mesmo, expansão da lesão.
Muito embora comumente denominados “cremes de barreira” cuja função básica é a proteção da pele, esses protetores podem ser encontrados também em formato gel, pastas, óleo, esmalte, etc.
Sabemos que a pele, ela mesma, com seus 2m2 de área total e que envolve todo o nosso organismo é a principal barreira protetora do nosso corpo. Entretanto há circunstâncias em que ela, a pele, precisa de uma proteção extra contra diversos agentes que a agridem. No que diz respeito ao tratamento das feridas entendemos que diferentes agentes agressores são produzidos pela própria ferida. Outros, em situações específicas, estão presentes no que eliminamos com as fezes e a urina e que representam um desafio para os cuidados com as lesões por pressão na topografia da pélvis e quadril.
Neste post vamos permanecer focados na tarefa de proteger a pele situada na fronteira do leito das feridas.
A maceração da pele do entorno das feridas crônicas costuma ser o resultado decorrente do contato prolongado com o exsudato por elas produzido. Quanto maior a quantidade desse exsudato não controlado, maior a possibilidade de danos à pele do entorno, risco de infecção e até mesmo de expansão da área ulcerada. A escolha do curativo apropriado com capacidade absortiva é fundamental. Consideremos que uma cobertura saturada de exsudato por tempo prolongado provocará danos desastrosos. A pandemia de COVID-19 que dificulta a frequência do acompanhamento ambulatorial para as trocas dos curativos nos impôs maior atenção com os danos do exsudato.
Várias são as formulações encontradas nos produtos disponíveis para a proteção da pele. O óxido de zinco é o elemento mais frequentemente encontrado. Não é sem razão o componente que impregna a tradicional bandagem de UNNA. Na realidade, e como regra geral, os produtos comercializados apresentam uma associação de duas ou mais dessas substâncias: dimeticona, petrolato, óxido de zinco, mentol, glicerina, óleos minerais, lanolina, silicone.
AntesAplicação do protetorDepoisFazemos uso intenso dos protetores de pele. Certamente isso se deve ao fato de aplicarmos curativos de permanência frequentemente superior a cinco dias. Isso exige uma vigilância cuidadosa no controle do exsudato. Além disso atendemos um percentual muito elevado de feridas venosas e temos um cuidado obsessivo com o controle do edema e os protetores de pele podem ser aplicados sem nenhum problema sob terapia com as bandagens compressivas disponíveis no mercado (entre elas, a bandagem de UNNA).
Damos a seguir uma descrição sucinta dos três principais elementos que, em conjunto ou isoladamente, compõem os mais conhecidos produtos comercializados no mercado brasileiro:
PETROLATO – Uma substância semissólida untuosa, neutra e sem sabor ou odor, derivada do petróleo por destilação das porções mais leves e purificação do resíduo. É uma massa amarelada, semelhante a gordura, transparente em camadas finas e um pouco fluorescente. É usado como um curativo de proteção suave, e como um substituto para materiais gordurosos em pomada. https://www.encyclo.co.uk/meaning-of-petrolatum
Entendendo a dinâmica do retorno venoso dos membros inferiores fica fácil compreender como se instala a DERMATITE DE ESTASE. Trata-se de um processo inflamatório que vai evoluindo de forma insidiosa e, se descuidado, pode acabar se transformando em feridas que deterioram significativamente a qualidade de vida de seus portadores. Insuficiência venosa crônica e hipertensão venosa são o pano de fundo da dermatite de estase. Varizes, síndrome pós-trombótica, obesidade e sedentarismo, além dos habitos posturais, são os fatores desencadeantes mais frequentes.
Dermatite ou dermite de estase.
É uma situação clínica que se manifesta como um evento inflamatório da pele.
Mas não se trata de um evento inflamatório qualquer: trata-se de um processo decorrente da estase venosa. E, por esta razão, está topograficamente situado a partir do 1/3 médio das pernas. (Figura 1)
Precisamos entender primeiro o que significa ESTASE VENOSA. Estase significa parada ou lentidão de um fluxo. No caso que estudamos trata-se da parada ou lentidão do fluxo venoso nas veias superficiais ou profundas das pernas.
Essa parada ou lentidão do fluxo nas veias das pernas ocorre em decorrência de algumas doenças dessas veias, sendo a principal e mais frequente delas, as varizes. Outra situação que também pode provocar estase venosa é a decorrente das tromboses venosas muito frequentes em nossa população e que parece ter se agravado no curso da pandemia de Covid-19 (assunto talvez para outra publicação).
A dermatite ou dermite de estase é também chamada por alguns autores de eczema varicoso. O fenômeno não acontece de forma súbita. É um processo que vai se instalando de forma lenta e, muitas vezes não percebida. Em algum momento dessa evolução não tratada da doença venosa, a inflamação se manifesta, como podemos ver na imagem abaixo.
Algumas publicações dão conta de que essas dermatites podem ser agudas, sub agudas ou crônicas. Preferimos entender que elas se apresentam em episódios de duração mais ou menos longa dependendo do tratamento aplicado. Em situações descuidadas os eventos vão se cronificando e podem ser seguidos com a formação de feridas ou úlceras venosas. (Figura 2).
Figura 2 – Nesta fase da evolução crônica já se verifica a formação de ulceração na face medial acima do maléolo
É importante frisar que nem todos os portadores de varizes desenvolvem essa dermatite ou eczema. Isso nos leva a supor que alguns indivíduos podem estar geneticamente predispostos a evoluir dessa forma desagradável.
Portanto, é de fundamental importância ficar bem atento ao aparecimentos de alguns sinais e sintomas que podem significar que algo não está funcionando bem em nossas veias das pernas, tais como:
Inchação nos tornozelos ao final de um dia de atividades
Aparecimento de pruridos ou coceiras nas pernas
Aparecimentos de pequenos pigmentos vermelhos ou acinzentados nas pernas
Fase aguda com aspecto inflamatório evidenteIntensa pigmentação, prurido e descamação
Importante: é muito frequente em pacientes com varizes o aparecimento de ECZEMA DE CONTATO. Não deve ser confundido com o eczema varicoso ou dermatite de estase, porque a conduta terapêutica poderá ser diferente.
O eczema de contato é uma resposta alérgica da pele a vários tipos de possíveis fatores externos: meias, pomadas, cremes, cosméticos, e outros agentes usados para tratamentos diversos (até mesmo para o tratamento de varizes!).
Portanto, muita atenção no exame físico e na anamnese.
Neste vídeo compartilhamos mais conteúdo sobre a DERMATITE DE ESTASE.